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PLANOS DE SAÚDE LIDERAM RANKING DE RECLAMAÇÕES DOS CONSUMIDORES EM 2023

     Os planos de saúde lideraram o ranking de queixas e reclamações de consumidores registrados em 2023, conforme levantamento recente divulgado pelo Idec (Instituto de Defesa de Consumidores). Com exceção do primeiro ano da pandemia de Covid-19, quando os serviços financeiros estiveram no topo do levantamento, os planos de saúde são o setor com mais problemas entre os associados do Idec.

     Segundo o estudo, o setor de planos de saúde atingiu, no ano passado, o maior percentual em relação a outros temas desde 2018. As reclamações contra as empresas do setor tiveram a maior porcentagem entre os associados da Instituição, com 29,3% do total, seguido por serviços financeiros (19,4%), demais serviços (13,7%), problemas com produtos (9,5%), e telecomunicações (8,2%) completam o topo do levantamento.

     Os cinco primeiros temas somam mais de 80% das demandas de consumo do ano. As demais reclamações concentram 19,9%, divididas entre água, energia e gás, transportes, turismo/viagens, alimentos, educação, entre outros.

     As principais queixas apontadas contra os planos de saúde são:

dúvidas e reclamações a respeito de contratos (envolve, principalmente, descredenciamentos e problemas com reembolsos), com 29,7%;

reajustes de planos de saúde (também 29,7%);

negativa de cobertura, com 8,74%.

     Procurada, a Abramge (Associação Brasileira de Planos de Saúde) informou por meio da sua assessoria de imprensa que “as pesquisas de opinião realizadas por órgãos competentes, como a Datafolha, o Ibope ou ainda o IBGE, apontam que os serviços prestados pelas operadoras de planos de saúde são sempre muito bem avaliados pelo conjunto de beneficiários, com índices que superam 80% de avaliações positivas”.

     “A Abramge ressalta que o setor trabalha continuamente em melhorias e recomenda que os beneficiários de plano de saúde que precisarem de orientação, tirar dúvidas ou até mesmo fazer uma reclamação procurem diretamente a operadora contratada para obter mais informações”, diz a nota.

Confira o ranking das reclamações:

2018

Saúde 30,2%

Serv. Financeiros 18,8%

Produtos 16,7%

2019

Saúde 23,8%

Serv. Financeiros 18,5%

Produtos 16,6%

2020

Serv. Financeiros 22,6%

Saúde 20,9%

Demais serviços 12,1%

2021

Saúde 24,9%

Serv. Financeiros 21,5%

Demais serviços 11,9%

2022

Saúde 27,9%

Serv. Financeiros 21,2%

Produtos 10,9%

2023

Saúde 29,3%

Serv. Financeiros 19.4%

Demais serviços 13,7%

 

(Fonte: Idec/Foto: Pexels)

 

USO DE APLICATIVO DE GESTÃO HOSPITALAR DA EBSERH É AMPLIADO PARA SUS

      Secretarias estaduais e municipais de saúde poderão usar de forma gratuita o Aplicativo de Gestão para Hospitais Universitários (AGHU) desenvolvido pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (EBSERH). Durante reunião da Comissão Intergestores Tripartite, nesta quinta-feira (1º/2), a secretária de Saúde Digital, Ana Estela Haddad, e o presidente da EBSERH, Arthur Chioro, apresentaram detalhes da iniciativa, que começou a ser estudada em 2023 e foi adiantada pelo JOTA.

      O aplicativo poderá ser usado em hospitais públicos e conveniados do SUS. De acordo com Chioro, além de evitar desperdícios de exames, reduzir o absenteísmo para consultas ou procedimentos e ajudar a regular fila, o aplicativo pode ser usado de forma a acompanhar estoques de medicamentos, o consumo de produtos que esteja acima ou abaixo do que é considerado normal e, ainda, verificar trajetória de medicamentos de alto custo até a sua dispensação.

      O presidente da EBSERH afirma ainda que o recurso permitirá saber o médico que prescreveu o medicamento, como e quando o tratamento foi feito.

      O sistema AGHU já é usado por hospitais que integram a EBSERH. Desenvolvido no Hospital das Clínicas de Porto Alegre e internalizado pela estatal, o aplicativo tem mais de 25 milhões de pacientes cadastrados.

      Ano passado, um acordo de cooperação foi firmado de forma a permitir que hospitais e serviços de saúde vinculados às secretarias estaduais e municipais de saúde também possam usar o sistema. Projetos piloto foram iniciados nas cidades de Diadema e São Paulo e hospitais federais do Rio.

      Ao JOTA, o diretor de tecnologia da EBSERH, Giliate Coelho, explicou que agora o procedimento se tornará mais ágil. Com a publicação do edital, não será mais preciso acordo de cooperação técnica e convênios. “A partir de agora, o município entra no site, adere à comunidade e baixa o aplicativo. Um processo que dura menos de 24 horas”, disse.

      A secretária Ana Estela Haddad afirmou ao JOTA que a iniciativa deve ter boa receptividade entre os gestores. Ela lista as razões. “Quando o hospital adota um sistema proprietário (privativo) como os que estão no mercado, geralmente paga-se caro para se adquirir o sistema. No momento de se fazer adaptações necessárias para sua realidade, o hospital precisa pagar novamente, sem falar na manutenção. Isso não acontece com o sistema de acesso aberto”, disse Ana Estela.

Condicionantes

      Para aderir ao programa, no entanto, é preciso que algumas condições sejam atendidas. Entre elas, está a obrigação de estados e municípios constituírem equipes de TI e equipes multidisciplinares de saúde para integrar a comunidade de desenvolvimento. A ideia, completou a secretária, é estabelecer em rede nacional uma comunidade de desenvolvimento do AGHU e, eventualmente, trabalhar em novas versões.

      Chioro afirmou que se hospitais do SUS aderirem ao aplicativo, haverá uma economia de aproximadamente R$ 3 bilhões. “Em vez de investirem na compra de um sistema que é muito mais caro, os hospitais poderão concentrar seus recursos numa equipe de desenvolvimento. Isso precisa acontecer para tornar o processo sustentável”, completou Ana Estela.

      Giliate Coelho explicou que o sistema é instalado localmente, pela própria secretaria ou hospital. Como o programa opera no próprio computador, explica Coelho, o aplicativo não depende de internet. “Não há também problema de gargalos de muitos usuários usando ao mesmo tempo. Pelo contrário, quanto mais secretarias utilizarem, mais gente vai contribuir para o desenvolvimento do sistema.”

      O diretor da EBSERH afirmou que estados e municípios têm autonomia para aderir ao sistema. A manutenção será feita pela estatal. “Isso também dá uma segurança para o município, não é um sistema que corre o risco de ser descontinuado.” O custo de municípios e estados é o de montar a sua estrutura de TI, computadores, datacenters, link interno, e montar a sua equipe para a implantação e manutenção.

      Para Coelho, uma das vantagens do aplicativo é a melhoria da qualidade dos documentos médicos e clínicos. “Isso vale para receitas, atestados e prontuários.” Dados de estoques e dos almoxarifados podem ser obtidos em tempo real.

      Ana Estela observa que o uso de aplicativos vai garantir também a interoperabilidade de dados da atenção hospitalar com a atenção básica, com dados reunidos na RNDS. Não há prazo para que habilitação seja feita. O acordo terá vigência de cinco anos.

(Fonte: JOTAINFO/Foto:Freepik)

 

 

 

JUÍZES TERÃO CURSO GRATUITO SOBRE SUS E SAÚDE SUPLEMENTAR

      O aumento da procura pelo Judiciário para solucionar questões relacionadas a fornecimento de medicamentos levou o Sindusfarma, em parceria com a Universidade Mackenzie, a montar um curso sobre o tema voltado para juízes.

      Com 60 horas de duração e aulas online, o curso terá participação de especialistas como o ex-ministro da Saúde e presidente da EBSERH, Arthur Chioro; o médico sanitarista e ex-presidente da Anvisa, Gonzalo Vecina; além de professores de direito. A ministra aposentada do Supremo Ellen Gracie também deverá participar da abertura do curso, que será dividido em quatro módulos.

      Consultor do Sindusfarma, Fábio Moreira afirmou ao JOTA que a construção do curso foi feita ao longo dos últimos dois anos. “Pensamos em temas que são considerados essenciais para profissionais: vão desde como funciona o SUS e o financiamento até inteligência artificial e saúde”, disse. “A ideia é levar uma visão sistêmica para esse profissional para que ele tome uma decisão mais assertiva com relação a uma situação específica, mas, também, que ele entenda o impacto dessa decisão de um modo geral”, completou.

      No caso da inteligência artificial, a ideia é discutir como será o processo de tomada de decisão de um juiz, por exemplo, quando um algoritmo for ferramenta de definição de estratégia terapêutica, em conjunto com o médico. “Como o juiz irá analisar casos deste tipo?”, questiona o consultor.

      Moreira citou dados do Conselho Nacional de Justiça para mostrar o aumento da judicialização. De acordo com a entidade, em 2023 foram 200 mil novas ações ligadas ao setor público de saúde. “Há grande possibilidade de esses números estarem subestimados”, disse o consultor. Esse aumento expressivo, afirmou, traz impacto para o sistema de saúde do País, tanto público quanto privado. “Várias áreas sofrem com a judicialização, porque ela desorganiza o mercado.”

      O consultor ressalta que boa parte dos pedidos feitos na Justiça são reflexo de direitos não atendidos e, portanto, são indispensáveis. “A judicialização é um direito. Todos podem procurar o sistema. Já ouvi que há a judicialização é boa, porque busca o cumprimento de um direito, e da que não é tão boa assim.”

      Qualquer que seja o caso, há tendência de o juiz, no momento da decisão, analisar apenas o caso concreto, sem avaliar o sistema. O curso, que tem início em 5 de março, foi preparado também com o auxílio da Associação Médica Brasileira.

      Diretor da Faculdade Mackenzie de Brasília, Mac Cartaxo disse ao JOTA que o curso difere da iniciativa do CNJ para fornecer subsídios a juízes em casos concretos relacionados à saúde. “As estratégias se complementam”, assegurou. Enquanto no CNJ as ações estão voltadas para dúvidas específicas, no caso do curso a intenção é traçar um panorama sobre todo o sistema. “Tanto é que um dos blocos falará sobre financiamento da sustentabilidade do sistema.”

      O consultor do Sindusfarma concorda. “É óbvio que a decisão judicial é individual. Mas acredito ser muito importante que o juiz tenha em mente que a decisão terá impacto sobre o sistema. O orçamento é único, o gestor tem de tirar recursos de um lugar para cobrir outro.”

       O curso é gratuito. As aulas serão todas as terças entre 19h e 22h40.

(Fonte: JOTAINFO/Foto:Freepik)

 

VIAGRA PODE REDUZIR O RISCO DE DESENVOLVER ALZHEIMER, SUGERE ESTUDO

      Um estudo publicado na quarta-feira (7) na revista científica Neurology sugere que homens que tomam sildenafil (Viagra), um medicamento para disfunção erétil, podem ter um risco menor de desenvolver Alzheimer em comparação com aqueles que tratam a condição de outras formas.

      Para chegar à essa hipótese, pesquisadores da University College London (UCL) analisaram 269.725 participantes do sexo masculino no Reino Unido, com idade média de 59 anos e que não tinham sinais de comprometimento cognitivo e que foram diagnosticados com disfunção erétil.

      Os participantes do estudo foram avaliados por cinco anos e divididos em dois grupos: aqueles que tinham prescrição de medicamentos como o Viagra (55%) e aqueles não tratavam a disfunção erétil dessa forma (45%). Durante o período da pesquisa, um total de 1.119 pessoas desenvolveram Alzheimer.

      Entre aqueles que tomavam medicamentos para disfunção erétil, 749 desenvolveram a demência, o que corresponde a uma taxa de 8,1 casos por 10 mil pessoas-ano (referência tanto ao número de pessoas no estudo e quanto a quantidade de tempo que cada pessoa passou no estudo). Entre aqueles que não tomavam medicamentos, 370 desenvolveram o Alzheimer, o que corresponde a uma taxa de 9,7 casos por 10 mil pessoas-ano.

      Os pesquisadores também ajustaram outros fatores de risco que poderiam influenciar na taxa de desenvolvimento de Alzheimer, como idade, tabagismo e consumo de álcool. Após esse ajuste, os autores descobriram que as pessoas que tomavam medicamento para disfunção erétil tinham 18% menos probabilidade de desenvolver Alzheimer em comparação com quem não tomava medicamento.

      “Embora estejamos progredindo com os novos tratamentos para a doença de Alzheimer que funcionam para eliminar as placas amiloides no cérebro de pessoas com estágios iniciais da doença, precisamos desesperadamente de tratamentos que possam prevenir ou retardar o desenvolvimento da doença de Alzheimer”, disse Ruth Brauer, da University College London e autora do estudo, em comunicado à imprensa. “Esses resultados são encorajadores e merecem mais pesquisas.”

      A associação entre o uso desses medicamentos e a redução do risco de Alzheimer foi ainda mais alta em participantes que tiveram uma quantidade maior de prescrições durante o período do estudo. Os resultados da pesquisa também sugeriram que o efeito protetor foi mais forte em homens com 70 anos ou mais, em comparação com quem tinha menos idade.

      A associação poderia acontecer pelo fato do Viagra aumentar o fluxo sanguíneo através da dilatação dos vasos sanguíneos. Essa ação poderia aumentar a circulação do sangue no cérebro, prevenindo potencialmente o acúmulo de proteínas tóxicas relacionadas ao Alzheimer.

      Apesar das descobertas, o estudo ainda não prova que o Viagra pode ser, realmente, eficaz para prevenir o Alzheimer e, sim, mostra uma possível relação. Segundo os autores, mais estudos são necessários para confirmar esses achados, aprender mais sobre os potenciais benefícios e mecanismos desse medicamento e analisar a dosagem ideal para reduzir o risco de declínio cognitivo.

 (Fonte: CNN Brasil/Foto:Freepik)