CORONAVÍRUS: LABORATÓRIOS E CNSAÚDE ACREDITAM EM AUMENTO NA DEMANDA
Os laboratórios de medicina diagnóstica e a CNSaúde, entidade representante de hospitais e clínicas privadas, acreditam que deve haver um aumento na procura por testes para detecção do novo coronavírus nos próximos dias após a confirmação do primeiro caso da doença no Brasil e registro de 11 mortes e mais de 300 contaminados na Itália.
Até o momento, a demanda é pequena nos laboratórios Fleury, Dasa e Sabin que lançaram testes específicos há cerca de duas semanas. Desde então, os três laboratórios juntos realizaram pouco mais de 30 testes para coronavírus, sendo que nenhum deles teve resultado positivo. O único caso positivo até o momento ocorreu no Hospital Albert Einstein, que tem um laboratório próprio e fez a contra prova do exame no Instituto Adolfo Lutz, em São Paulo.
“Provavelmente, a demanda vai aumentar daqui para frente”, disse Celso Granato, médico infectologista do Fleury, que realizou cerca de 15 testes até o momento. O Fleury está comercializando os testes para detecção do novo coronavírus a preço de custo para os hospitais que, por sua vez, podem praticar seus próprios valores.
Os exames para detecção da doença só podem ser realizados nos hospitais que trabalham em parcerias com os laboratórios de medicina diagnóstica. “A explicação é que não queremos criar focos de transmissão. Nas unidades, normalmente, há pessoas com baixa imunidade e a presença de pessoas com o novo coronavírus pode levar a um foco de disseminação. A estratégia atual é bloquear o vírus”, disse Gustavo Campana, diretor médico da Dasa, dona de laboratórios como Delboni Auriemo, Salomão Zoppi, Sergio Franco, entre outros. A Dasa vem realizado cerca de um exame por dia desde que passou a oferecer o teste, neste mês.
A CNSaúde, confederação de hospitais, também acredita que haverá aumento no movimento dos hospitais, mas pontua que boa parte poderá vir de pacientes com casos comuns de gripe ou resfriado que estão assustados com a repercussão do coronavírus. “A confirmação do primeiro caso de coronavírus no Brasil pode gerar — ainda não começou — uma procura desnecessária dos pacientes pela emergência dos hospitais brasileiros, mesmo sem ter qualquer risco de estar infectados pelo novo coronavírus. Isso não seria bom, pois pode acontecer sobrecarga, sem qualquer necessidade real”, disse Breno Monteiro, presidente da CNSaúde.
O infectologista do Fleury pontua que vem recomendando aos médicos dos hospitais realizarem os testes que contemplam os outros vírus como Influenza, tipos A e B, para que os pacientes saibam que podem não estar infectados pelo novo coronavírus, mas outros tipos de vírus de doenças respiratórias.
Representantes dos hospitais e laboratórios são unâmimes em destacar que não há, atualmente, uma epidemia do novo coronavírus no Brasil. “Não devemos causar pânico na população”, disse Granato, do Fleury. “O uso de máscaras deve ser feito por pacientes com sintomas e profissionais que estão trabalhando com a doença para evitar a escassez desses itens”, disse Campana, da Dasa.
(Fonte: Valor Econômico)
INAUGURADO O HOSPITAL REAL
Garantir um novo modelo de atendimento e com um amplo serviço, são alguns dos objetivos do Hospital Real, inaugurado na última sexta-feira (06) em São Luís. A unidade fica no Centro da capital e conta com uma grande estrutura e os números comprovam isso: são 81 leitos de enfermaria, 64 apartamentos executivos, além cinco suítes e dois quartos utilizados para parto humanizado.
“Esse Hospital tem por princípio cuidar da melhor maneira possível do bem mais precioso que existe que é a vida. Queremos cuidar com zelo, com dedicação, com tratamento humanizado, procurar os melhores profissionais”, disse Remi Trinta, médico e proprietário do Hospital Real.
A Unidade de Tratamento Intensivo conta com 32 leitos divididos em três ambientes, com acolhimento familiar, com alta tecnologia para garantir o tratamento contínuo dos pacientes. Além disso, são diversos serviços como emergência, internação, tomografia computadorizada, hemodinâmica e uma infinidade de atendimentos médicos.
Para o vice-governador do Estado, Carlos Brandão, a unidade fortalece ainda mais a rede hospitalar e contribui com a geração de empregos. “Um grande investimento privado que vem ajudar a atender a população com mais qualidade. Totalmente novo, reformado, com equipamentos modernos, UTI, enfim, muito conforto e muita qualidade de serviço”
A unidade funciona 24 horas e conta com diversos profissionais para um amplo e humanizado atendimento.
(Fonte: Portal TV Guará)
OMS DECLARA PANDEMIA DE CORONAVÍRUS
A Organização Mundial de Saúde (OMS) declarou nesta quarta-feira (11) a pandemia de Covid-19, doença causada pelo novo coronavírus (Sars-Cov-2). Segundo o órgão, o número de pacientes infectados, de mortes e de países atingidos deve aumentar nos próximos dias e semanas. Apesar disso, os diretores ressaltaram que a declaração não muda as orientações, e que os governos devem manter o foco na contenção da circulação do vírus.
Na prática, o termo pandemia se refere ao momento em que uma doença já está espalhada por diversos continentes com transmissão sustentada entre as pessoas. Nesta quarta, o G1 mostrou que cresceu o ritmo de disseminação do vírus e que metade dos países atingidos registraram os primeiros casos de Covid-19 nos últimos dez dias.
Nas últimas duas semanas, segundo a OMS, o número de casos fora da China aumentou 13 vezes e o número de países afetados triplicou. São mais de 118 mil casos ao redor do mundo e 4.291 mortes.
"A descrição da situação como uma pandemia não altera a avaliação da OMS da ameaça representada por esse vírus. Isso não muda o que a OMS está fazendo nem o que os países devem fazer" - Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS
Também o diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, ressaltou que a declaração não significa que a OMS vá adotar novas recomendações no combate ao vírus.
"A declaração de uma pandemia não é como a de uma emergência internacional - é uma caracterização ou descrição de uma situação, não é uma mudança na situação. (...) Não é hora para os países seguirem apenas para a mitigação" - Michael Ryan, diretor-executivo do programa de emergências da OMS
Mitigação é a estratégia de saúde pública que busca sobretudo cuidar dos doentes e públicos prioritários. Como afirmaram os diretores, a OMS ainda acredita que a contenção da circulação do vírus precisa ser buscada por todos os países e é apontada como pilar das ações.
Nesta tarde, o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, disse que a declaração de pandemia já era esperada e que ela, na prática, não muda nada para o Brasil. Ele retomou uma crítica que já tinha feito antes à OMS, afirmando que o órgão demorou para usar essa definição.
"Acho que a OMS demorou para decretar pandemia. Lá atrás, nós já tínhamos decretado emergência sanitária de interesse nacional", disse Mandetta.
A emergência sanitária no Brasil foi decretada no dia 4 de fevereiro - antes da confirmação do primeiro caso no país, no dia 26."Nós já temos casos confirmados dentro do país, temos transmissão local, não temos ainda transmissão sustentada – que pode ser a próxima etapa. E a cada etapa temos medidas adicionais que vão sendo decretadas", acrescentou o ministro da Saúde.
Antes da declaração da pandemia, a definição de casos suspeitos usada no Brasil excluía viajantes que retornavam da África e Américas do Sul. Agora, segundo Mandetta, serão investigados como possíveis casos suspeitos pessoas que voltarem de qualquer viagem ao exterior e apresentarem febre e mais um sintoma (dificuldade respiratória, dor no corpo e/ou tosse).
Os diretores da OMS ressaltaram ao longo das suas exposições que o quadro da circulação do novo coronavírus mostra que ainda é possível diminuir seus impactos e disseminação.
"Quando dizemos que a situação é de pandemia, não estamos dizendo que o mundo deve sair da contenção para a mitigação. Não estamos", ressaltou Tedros. "Seria um erro abandonar a estratégia de contenção".
Ele lembrou que 81 países não têm casos de Covid-19. "Eles devem fazer o máximo para evitar qualquer caso importado", pediu.
Outros 57 países, disse Tedros, têm até 10 casos, e 90% das infecções do mundo vêm de 4 países: além da China, a Itália, o Irã e a Coreia do Sul têm as maiores quantidades de casos de Covid-19.
"Esse é o primeiro coronavírus a ser chamado de pandemia, mas também acreditamos que será o primeiro a ser contido ou controlado", afirmou o diretor-geral da OMS.
O diretor de programas de emergência da entidade, Michael Ryan, lembrou de países como China, Singapura e Coreia do Sul como bons exemplos de lugares que conseguiram frear a disseminação do vírus, e reiterou a necessidade de tentar contê-lo.
"Não significa que vamos pará-lo completamente - o que significa é que existe uma chance real de de abaixar a curva [de transmissão] e reduzir o número de casos que o nosso sistema de saúde tem que administrar - e dar a ele a chance de salvar mais vidas", disse Ryan.
Ele também alertou para o risco a ser evitado com o uso da palavra pandemia: as pessoas não devem usar a declaração como desculpa para desistir do combate e de tentativas de conter a circulação do vírus.
"Pandemia não é uma palavra para ser usada de maneira leviana ou descuidada. É uma palavra que, se mal utilizada, pode causar medo irracional ou aceitação injustificada de que a luta acabou, levando a sofrimento e morte desnecessários" - Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS
Ryan criticou questionamentos sobre o custo de traçar os contatos que os pacientes diagnosticados tiveram.
"Traçar contatos não é caro, é uma intervenção muito básica de saúde pública. Envolve interromper a vida de uma proporção pequena da população - em termos de quarentena, isolamento de casos. E é muito duro para essas famílias individuais. Mas, por favor, me digam se isso é mais ou menos caro que medidas de distanciamento social que incluem bloquear áreas inteiras, cancelar todos os eventos esportivos, religiosos, fechar escolas. O que é mais caro?", questionou.
"Se não tentar suprimir, pode sobrecarregar o sistema de saúde. Tem que haver esforços para frear a disseminação da infecção", acrescentou Ryan.
Focos de ação dos países
De acordo com Tedros, os países precisam preparar respostas em áreas chaves: detectar, proteger, tratar, reduzir a transmissão, inovar e aprender.
Perguntado pelos jornalistas se há recomendação para fechar escolas e fronteiras, o diretor-executivo do programa de emergências da OMS, Michael Ryan, avaliou que essas decisões têm sido tomadas com base na avaliação de risco dos países.
De acordo com ele, países com número menor de casos não alcançarão grande impacto com medidas de isolamento social.
(Fonte: G1)